É sério, não quero que ninguém leia. E não é pra ninguém ler, eu não devia nem escrever, mas hoje eu preciso desesperadamente conversar com alguém e como estou sozinho, eu escrevo. Estou me sentindo carente, estou me sentindo triste. Eu tento falar e ninguém me escuta, ninguém me dá atenção. Acho que eu preciso treinar alguém pra me admirar. E parar de ensinar as coisas que sei. Tem pessoas que mal aprendem e já são muito melhores do que você e eu não gosto disso. Eu queria mesmo falar, mas eu não consigo, não consigo mais. Eu sinto como se tivesse errado em tudo nos momentos de oportunidade que eu tive. Podia ter feito tanta coisa, ter transformado em algo tão mágico, mas foi assim pra mim. É tão bom chorar em palavras. Buá, buá!
E vou continuar com os malditos poemas.
O Maldito Poema
Esse é sombrio
Esse é ingrato
Tardio e chato
Esse tem rima
E tem até dado,
E violão em cima do gato
Este é sozinho
E também solitário
Mesquinho e otário
Esse não passa
De um leve capricho
Que laça o enxerido
Esse tem ódio
E um amor bacana
Do ócio de um muquirana
Esse é de bosta
Eu admito
Que roça no que já foi dito
E sempre repete
Como as estações
Mesmo que leve novas expressões
Tem versos de três
Por que não quero contar
O que me fez ao me abandonar
Fico caído
Como os versos passados
Solto um grito desesperado
E o que vem adiante
Que seja bonito
Mesmo durante o maldito
Folgo e desfaço
O que está escrito
Pois nesse laço ainda há risco
Se desobecer
Ao menos comente
"Tem que crescer essa mente demente"
E que seja bendito
O que há pra dizer
"O poema maldito tem de amadurecer"
A morte precoce
Que vejo adiante
Só pode ser coisa de errante
Se erro infantil
Enquanto estive no cerco
Afirmo viril que ouve acertos
E não paro com isso
Porque quero que saiba
Que esse pobre mestiço caiba
Num canto escondido
De um coração
Inserido em pequena emoção
Só não deixe
De se lembrar
Que para todo o sempre lá vou estar
Parece bobeira
Ou irritação
Falo asneira por não ter diversão
Não leia
Não leia
Não leia
Bobo